Mais nem tudo é perfeito

Depois de um dia conturbado, de um misto de emoções, da euforia que ele me causou e da angustia de ter perdido quem mais me amava.
Acordei cedo, fui em direção ao quarto onde ficavam as coisas de mamãe, vi nossos retratos, videos, de como eu ela, Marina e papai eramos felizes.
Enfim, Marina quer que eu viaje amanhã com ela pra casa de uma tia nossa, eu vou! esse feriado vou me divertir! ( duvido muito). 
Escrever durante a aula coisas que não interessavam a ninguém, só a mim mesmo, porquê das minhas paranoias entendo eu, meu pequeno diario já nem cabia mais de folhas e de tanto estar velho e amassado, o relogio do colegio toca, hora de ir pra casa arrumar as coisas.
Ao chegar vejo minha irmã sorrindo misteriosamente, um ar de mal sabe? Que só ela tem.
" Maaaari, que sorrisinho é esse em? Ta planejando me matar?"
"Claro que não sua idiota! Só vou mudar o lugar que nós vamos garando que você não vai esquecer"
E saiu.
Se ela estava aprontando? Claro que estava,eu conheço ela desde que me entendo por gente, mais eu vou descobrir! 
Horas mais tarde ...
"Maysa Oliveira ? Vou deixar você ficar em casa, porfavor dá pra ser mais rapida?"
"Eu já vou tá?"
Ela é implicante meu Deus, acho que puxou a mim mesmo,
Minha paranoia parece com a dela afinal sofremos os mesmos traumas de infância, mais ela parece ser feliz, mesmo com tudo ela parece docil e amavel e todo mundo acha ela linda.
O carro já nos esperava lá fora, um sol extremamente quente sobre nossas cabeças, levando um bronze mesmo sem querer, eram 8 horas de viagem, era tudo que eu sabia...
"Porquê escreve tanto? Porquê não dorme menina? Você vai se cansar"
Falou um velhinho que vinha do meu lado.
"Obrigada senhor mais eu prefiro escrever"
Esta era minha unica frase.
As 8 horas se passaram e eu agora já avistava uma fazenda, uma fazenda linda, e o carro se aproximava,
"É aqui você já pode parar!"
O taxi parou nos dessemos eu com cara de espanto e ela sorrindo. A porteira se abre, quem estava lá? Isso mesmo o Lucas, perdi o foco olhando pra sua boca, e acabei caindo sobre meu braço.
"Aaaaaaaaaai! Que dor Senhoor, euu vou morrer"
Me levaram ao hospital, eu gritava, porquê a dor era muita,
fiquei sentada no quarto até as 7 horas da noite até o Dr.Rafael chegou.
" O que houve mesmo mocinha?"
"Meu braço tá doendo, faz ele parar" 
Eu gritava de dor. 
Meu pai ainda não sabia, até que Lucas ligou avisando, não deu duas horas ele já estava no hospital, me trouxe flores.
"Calma pai! Estou bem, foi só um arranhãozinho de leve, relaxa"
O senhor Alfredo era muito preocupado comigo e com a minha irmã afinal só eramos agora nós três.
"Mari? Leva o papai daqui, ele acha que vou morrer"
Assim que terminei de feixar
A boca veio o ajudante do doutor e chamou papai, Marina e Lucas...
Ele preferiu ficar e os outros se foram .Meu coração frio de medo e eu me perguntava porquê não conseguia sentir meu braço esquerdo, Lucas dormia num canto da parede eu sorria mesmo com a dor  tomando conta de mim.
Marina entra com cara de choro e tentava sorrir pra mim e os outros entram
"Poxa! Acordaram ele"
nem dava pra disfarçar mais
"Maysa para! Queremos falar com você"
Dr.Rafael interrompe meu pai
" Eu acho que você notou que não consegue mover um de seus braços não é? "
"Comecei a perceber agora!"
"Então, a sua queda afetou seus movimentos deste braço"
O silêncio tomou conta de toda sala, vi meu o senhor Alfredo chorar, Marina virar as costas e Lucas sair do quarto,
"Então é assim? Assim que meu futuro acaba? Sem pode me mexer? Não, eu não quero ser assim eu quero minha vida de volta, Marina eu te odeio! Odeio o Lucas também, tudo isso é culpa de vocês porfavor não falem mais comigo e você esqueça que é da minha familia.
"Eu não tive culpa" 
Seus olhos transbordavam , eu queria me despedir não queria ter mandado ele ir embora sem dizer adeus, sem que ele soubesse.
E essa era minha condição: sem amigos, irmã, amor... E sem meu braço esquerdo.
Mais já estou decidida o que fazer assim que clarear o dia.