É, olha o que a vida fez, separou a gente de uma forma que eu nunca imaginei, preferia ir embora e vou, esperar não é minha função nesse mundo.
Uma carta pequena, o pedido de desculpas e um simples adeus, há quem vai falar "Ela era um boa pessoa" claro né?
Precisar desaparecer pra ser lembrado, o fato é não vai sobrar ninguém, até quem fez a maior invenção, meus netos com certeza não lembraram.
A madrugada já se finda, as lagrimas escorrem sem controle,ultima terapia e tchal.
Horas depois da terapia vi Vitor meu companheiro de terapia chorando
"Vitor? Ta bem?"
"Claro que tô! Você não vê?Eu quero ir embora daqui, pra qualquer lugar"
Eu sabia o que tinha sido mais preferi guardar, eu queria um companheiro de viagem, ele era ideal
"Quer ir embora? Vamos?"
Ele sorriu.
Trazer o sorriso de alguém lava a alma sabia?
Ele decidiu partir comigo, arrumou as coisas e as 9 horas bateu na porta do meu quarto
"Maysa vamos?"
Eu abri a porta ele sorriu, achava engraçado o modo que ele sorria como um escravo que via a liberdade.
Pegamos as roupas do hospital, trancamos os medicos e saimos,
"Pega o carro! Pega o carro!"
Ele sabia dirigir e eu não podia,pegamos o carro, não deu certo sem gasolina, então pegamos um ônibus pra o onde a gente não sabe.
Descemos, horas caminhando, achei uma casa abandonada, caia aos pedaços mais era bem melhor que ficar no frio no vento no mato.
"Então fica combinado assim,eu durmo no sofá velho que tá ali e você no chão tá? "
"Dona marrentinha, ta bom"
e sentados no chão enrolados em uma manta que eu trouxe ficamos a noite toda, e eu me perdia na sua voz, lembrava de Lucas, uma lagrima escorreu
"Oq houve?Falei algo errado?Quer que eu pare de falar?"
"Claro que não! Continua"
Simples eu não era a mesma, incrivel como meu coração gelou, virou uma pedra de gelo que ele tentava quebrar, eu não achava ruim, era misto de não querer com precisar, é a lei da vida se apegar e automaticamente ser apagado, eu não queria isso pra mim, não queria isso pra nós, eu distânte nas minhas paranoias parei de perceber que ele me olhava, fazia massagem no meu braço e perguntava se eu sentia, achava fofo, meigo, mais dessa vez infelizmente não seria assim, uma vez descepicionada, dez vezes mais fria, um "volta aqui" ou "eu não vou desistir" era o que eu precisava mais não aconteceu, e se não se lembrou é porquê não se importa e se tanto faz pra você, tanto faz pra mim.
~ Um companheiro
#UmQuaseAmor
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